QUAIS OS CAMINHOS PARA UMA REVOLUÇÃO NA (CO)PRODUÇÃO DE DADOS ABERTOS DAS FAVELAS, PARA AS FAVELAS E COM AS FAVELAS?
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Construir representações adequadas sobre as favelas não é tarefa fácil. Embora os esforços para melhorar a qualidade dos dados oficiais tenham promovido avanços muito importantes, as favelas e comunidades urbanas continuam subdimensionadas nos levantamentos existentes. Além disso, os dados disponíveis são limitados em termos de frequência de atualização e insuficientes para capturar a complexidade, diversidade e evolução desses territórios ao longo do tempo. Essa realidade, paradoxalmente, coexiste com o aumento no volume, diversidade, nível de detalhe e velocidade dos dados desde os anos 2000, impulsionado pelo avanço de tecnologias de informação e comunicação (TICs). Isso inclui o desenvolvimento de novos sensores que disponibilizam imagens cada vez melhores e mais acessíveis, um notável aumento de dados rastreados por GPS (Sistema de Posicionamento Global), além do avanço de portais web e bancos de dados em rede. 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