O QUE OS MEANDROS NOS DIZEM? UMA ANÁLISE DOS PADRÕES DE AJUSTES EM MEANDROS ARENOSOS ASSOCIADOS A RETIFICAÇÃO DE CANAIS FLUVIAIS NA BACIA DO RIO MACAÉ (RJ)
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Apesar da afirmação de intervenções induzirem a alterações, os eventuais processos geomorfológicos deflagrados pelas obras não são necessariamente processos novos e inéditos e podem representar a intensificação dos processos em curso ou de ajustes em função de distúrbios pretéritos num dado sistema. Questões como o que são ajustes, mudanças ou alterações, são perguntas estratégicas para análises das alterações induzidas pelas intervenções hidráulicas nos sistemas fluviais. Uma das intervenções mais comuns no Brasil, especialmente em bacias com grandes planícies de inundação e aglomerados urbanos, é a retificação de canais, que consiste no alargamento e aprofundamento do leito e na modificação da geometria transversal do canal. Essas mudanças podem alterar os processos hidrossedimentológicos não apenas nos segmentos modificados, mas também em toda a rede de drenagem. 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A metodologia adotada incluiu a identificação de mudanças em meandros arenosos, mapeamento a partir de imagens de satélite cobrindo o período de 2003 a 2023. Os resultados mostraram que, nos meandros próximos à retificação, ocorreram mudanças mais intensas, como aumento da amplitude e migração a jusante dos meandros, em comparação com áreas mais distantes da intervenção. Essas alterações também foram observadas nos canais, a partir do aumento da sinuosidade, maior incisão vertical e erosão marginal nos segmentos meândricos. Esses efeitos devem ser compreendidos no contexto de mudanças contínuas e pontuais no sistema fluvial, especialmente em relação ao padrão de transferência de energia a jusante. Apesar disso, os resultados encontrados indicam que segmentos próximos à retificação podem ser interpretados como zonas de ajuste elevado, com as maiores indicações de mudanças morfológicas, o que indica um possível segmento sensível para gestão desses espaços." 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