Artigo Anais do XV SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-055-4

ORIGEM E CONSERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DE SOLOS ALUVIAIS DO CÓRREGO DA CONTAGEM, SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL

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Publicado em 12 de setembro de 2025

Resumo

Este trabalho discute a gênese e evolução da matéria orgânica nos solos dos fundos de vale do Córrego da Contagem, na Serra do Espinhaço Meridional. Esta importante unidade da paisagem mineira-baiana é caracterizada por relevo montanhoso (altitudes superiores a 2000 metros), com vertentes declivosas sobre substrato predominantemente quartzítico — litologia resistente ao aprofundamento do manto de intemperismo e à dissecação. Trata-se, portanto, de uma paisagem tipicamente exportadora em termos de sedimentos minerais e orgânicos. A pesquisa foi realizada no médio curso do Córrego da Contagem, a partir de dois perfis de solos desenvolvidos em terraços fluviais, com o objetivo de investigar uma aparente contradição: apesar da dominância de fatores favoráveis à erosão (relevo acidentado, solos arenosos derivados de quartzito e clima tropical úmido), os solos dos fundos de vale apresentam teores elevados de matéria orgânica, mesmo em condições edáficas atuais adversas. Foram analisados dois perfis localizados em diferentes altitudes (P1 – 996 m; P5 – 1160 m). As coletas e descrições seguiram Santos et al. (2012), e os teores de carbono orgânico total (COT) foram determinados por oxidação úmida, conforme Yeomans e Bremner (1988). Os resultados apontam que os terraços fluviais do Córrego da Contagem atuam como verdadeiros reservatórios de carbono, com teores significativos: 38,00 dag/kg em P5 (H3, 50–180 cm) e 35,00 dag/kg em P1 (C9, 210–230+ cm). Embora turfeiras já tenham sido documentadas em áreas elevadas do Espinhaço, elas estão associadas a litologias pelíticas — diferentes da predominância quartzítica da área em questão. Os elevados teores de COT nos solos analisados sugerem que, no passado, o ambiente apresentava condições distintas, propícias ao acúmulo e preservação da matéria orgânica. A elevada humificação observada nos horizontes indica decomposição avançada e polimerização dos grupos funcionais, sugerindo que a região teria experimentado condições paleoambientais úmidas, com drenagem deficiente e atividade predominante de microrganismos anaeróbios, típicas de ambientes lacustres ou brejosos. A integração dos dados analíticos com a geomorfologia local indica que o vale do Córrego da Contagem pode ter sido, em tempos remotos, uma área pantanosa. Nessas condições, a matéria orgânica acumulada resistiu à decomposição. Posteriormente, com a transição para um regime hidrológico mais seco, a erosão seletiva das frações minerais finas teria deixado expostos horizontes orgânicos preservados, explicando sua presença atual em solos arenosos. O estudo evidencia a relevância dos fatores paleoambientais na gênese da matéria orgânica em solos de regiões tropicais úmidas e contribui para a compreensão dos processos pedogenéticos em paisagens com histórico geológico complexo. Nesse contexto, destaca-se também a importância da preservação desses ambientes acumuladores de carbono, frente ao atual cenário de mudanças climáticas globais, reconhecendo seu papel estratégico na mitigação da emissão de gases de efeito estufa e na conservação de serviços ecossistêmicos associados ao solo.

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