Artigo Anais do XXI O Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Sessão Livres)

ANAIS de Evento

ISSN: 1984-8781

ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA URBANA E DA AGROECOLOGIA NAS METRÓPOLES

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São contemplados Anuários das Agriculturas Metropolitanas (UFMG e UFRJ), Pesquisa "Agricultura Urbana Agroecológica, Direito à Cidade e Promoção da Saúde: intercâmbios para o fortalecimento de práticas e redes" (FIOCRUZ/CNAU) e pesquisa UFRN/MDA. Abstract: The session seeks to present, give visibility and discuss ongoing research that aims to identify, understand and reinforce small-scale food production initiatives, collectively and on an agroecological basis in urban and metropolitan areas in Brazilian regions. It is based on the assumption that such research and its respective processes are powerful collective learning tools, capable of triggering feelings of common identity, rescuing undervalued knowledge, generating empowerment processes and relationships of belonging between farmers and their territories. They also constitute instruments of political mobilization, of discussing alternatives for the production, commercialization and consumption of quality food, of understanding the place of urban agriculture in the production and appropriation of urban space, in the struggle for access to land and water, in the perception of multiple socio-spatial inequalities. Metropolitan Agriculture Yearbooks (UFMG and UFRJ), Urban Agriculture and Health research (FIOCRUZ) and UFRN/MDA research are included. Resumen: La sesión busca presentar, visibilizar y discutir investigaciones en curso cuyo objetivo es identificar, comprender y reforzar iniciativas de producción de alimentos a pequeña escala, colectiva y sobre bases agroecológicas en áreas urbanas y metropolitanas de regiones brasileñas. Se parte del supuesto de que dichas investigaciones y sus respectivos procesos son poderosas herramientas de aprendizaje colectivo, capaces de desencadenar sentimientos de identidad común, rescatar conocimientos infravalorados, generar procesos de empoderamiento y relaciones de pertenencia entre los agricultores y sus territorios. También constituyen instrumentos de movilización política, de discutir alternativas para la producción, comercialización y consumo de alimentos de calidad, de comprender el lugar de la agricultura urbana en la producción y apropiación del espacio urbano, en la lucha por el acceso a la tierra y al agua, en la percepción de múltiples desigualdades socioespaciales. Se incluyen los Anuarios de Agricultura Metropolitana (UFMG y UFRJ), Investigaciones en Agricultura Urbana y Salud (FIOCRUZ) e investigaciones de la UFRN/MDA. Resumo geral: A presente sessão livre busca apresentar, dar visibilidade e discutir, no âmbito dos estudos e práticas associados ao processo de urbanização brasileiro e mais especificamente às metrópoles, um conjunto de pesquisas em andamento que pretendem identificar, conhecer e reforçar iniciativas de produção de alimentos em pequena escala, de forma coletiva e em bases agroecológicas nas áreas urbanas e metropolitanas em algumas regiões brasileiras. Parte-se do pressuposto que tais pesquisas e os processos que decorrem delas são poderosas ferramentas de aprendizado coletivo, capazes de desencadear sentimentos de identidade comum, resgate de saberes até então pouco valorizados, gerando processos de empoderamento e relações de pertencimento de agricultoras/es com seus territórios. Nesse sentido as pesquisas e seus resultados, já publicados ou não, podem ser vistos também como instrumentos de mobilização política, de discussão de alternativas de produção, comercialização e consumo de alimentos de qualidade, de compartilhamento de saberes e experiências, de discussão de entraves e dificuldades para a sobrevivência digna das camadas populares, de compreensão do lugar que a agricultura urbana ocupa na produção e apropriação do espaço urbano, na luta pelo acesso à terra e à água, na percepção de múltiplas e cumulativas desigualdades socioespaciais. Dentre as pesquisas e publicações selecionadas, discutiremos a concepção , metodologia e procedimentos envolvidos na realização dos Anuários das Agriculturas Metropolitanas pelo Grupo AUÊ! Estudos em Agricultura Urbana da UFMG, com dois volumes já editados em 2022 e 2024 e um terceiro volume em andamento fruto de projeto conjunto com o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES) da UFRJ que realiza seu primeiro Anuário; temos também resultados de um projeto em andamento fruto de parceria entre a UFRN e o MDA, assim como resultados da pesquisa "Agricultura Urbana Agroecológica, Direito à Cidade e Promoção da Saúde: intercâmbios para o fortalecimento de práticas e redes" realizada pela FIOCRUZ em parceria com o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana (CNAU). Privilegiamos as experiências desenvolvidas por sujeitos coletivos diversos, como movimentos sociais, associações e redes de produtores ou consumidores, que apontam caminhos para a dissolução de polarizações como campo-cidade e cultura-natureza na formação de sistemas agroalimentares intra e interurbanos. Na perspectiva agroecológica, apontamos para um sistema de reprodução da vida em que as necessidades são percebidas e resolvidas de forma integrada. Alimentação saudável sem agrotóxicos e outros químicos, moradia e infraestrutura urbana adequadas, acesso à terra e à água, educação emancipadora, trabalho digno, entre outras, são necessidades que se complementam e se articulam com conceitos oriundos de outros campos disciplinares em diálogo com a agroecologia e as políticas urbanas. Assim, buscamos incorporar o campo da saúde coletiva, a partir da determinação social da saúde, aos conceitos e propostas como direito à cidade, direito à natureza e direito à alimentação adequada. A proposta busca, nas pesquisas centradas na agricultura urbana agroecológica, uma aproximação entre campos disciplinares distintos, que na atualidade convergem para a construção de um arcabouço teórico-conceitual compartilhado envolvendo o planejamento urbano, o debate ambiental, a economia solidária, a segurança alimentar e nutricional, a saúde coletiva, as tecnologias sociais, entre outros. Ressalta-se ainda a forte interface da agroecologia com os debates feministas, na medida em que as mulheres assumem um protagonismo particular na militância agroecológica, reforçando seu papel na produção de comida de verdade e na construção social de mercados em territórios urbanos, ao mesmo tempo em que lutam contra a opressão e violência sobre seus corpos e contra a injusta divisão sexual do trabalho, que separa e hierarquiza o tempo de trabalho produtivo sobre o trabalho de reprodução. Embora seja uma atividade tradicional nas cidades, praticada tanto em áreas privadas como públicas ou coletivas, a agricultura urbana se constitui numa prática invisibilizada nas cidades, ora tida como resquício de trajetórias rurais de migrantes, ora como experiência privada de complementação alimentar em hortas e quintais. Tal invisibilidade está também associada ao processo de valorização da terra e de luta pelo espaço, dominada pelos capitais fundiários e imobiliários no qual não há lugar para a produção de alimentos ou atividades ainda pouco capturadas pela lógica mercantil como a satisfação e a necessidade de cultivar frutas e legumes, flores, plantas medicinais, etc. Além disso, a produção de alimentos de forma mais ampla é crescentemente controlada por um sistema agroalimentar associado ao agronegócio e à reprodução de capitais em esfera global e financeirizada, ao qual se contrapõe a perspectiva da agroecologia. Esta perspectiva busca associar a pequena produção – camponesa, familiar, popular, de povos e comunidades tradicionais - ao universo das práticas e saberes de agricultoras/es enraizados em seus territórios, produzindo alimentos de qualidade, com importantes implicações sobre a saúde e segurança/soberania alimentar da população. Este campo disciplinar, até recentemente associado aos territórios rurais, tradicionais e camponeses, bastante politizado e estruturado em escala nacional e internacional, vem cada vez mais sendo discutido em sua vertente urbana. Neste debate temos a intenção de contribuir para a consolidação de uma agroecologia urbana (e metropolitana), associando-a a várias experiências de movimentos sociais e redes de promoção de sistemas alimentares justos e saudáveis, e circuitos curtos de comercialização que buscam aproximar produtoras/es e consumidoras/es a partir de conceitos como economia solidária, comércio justo, entre outras possibilidades de redes urbanas/metropolitanas/rurais. Os movimentos sociais cumprem função estratégica nesse processo ao cumprirem sua função de mediadores, traduzindo as lutas particulares dos agricultores familiares num discurso comum capaz de unificar as ações dos coletivos locais numa luta política mais abrangente, sem enfraquecer a solidariedade de base. Temos procurado avançar na discussão desse campo disciplinar no contexto dos debates da ANPUR, desde os Encontros Nacionais de Blumenau (2022) e Natal (2023). Na presente proposta exploramos um conjunto de resultados e seu potencial de produção do conhecimento dentro e fora da universidade em articulação com os movimentos sociais. Cabe ressaltar ainda a oportunidade de contribuir para o debate sobre a reestruturação das políticas nacionais de agricultura urbana, de segurança alimentar e nutricional, de saúde, em articulação com políticas habitacionais, urbanas e ambientais de forma mais ampla."
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They also constitute instruments of political mobilization, of discussing alternatives for the production, commercialization and consumption of quality food, of understanding the place of urban agriculture in the production and appropriation of urban space, in the struggle for access to land and water, in the perception of multiple socio-spatial inequalities. Metropolitan Agriculture Yearbooks (UFMG and UFRJ), Urban Agriculture and Health research (FIOCRUZ) and UFRN/MDA research are included. Resumen: La sesión busca presentar, visibilizar y discutir investigaciones en curso cuyo objetivo es identificar, comprender y reforzar iniciativas de producción de alimentos a pequeña escala, colectiva y sobre bases agroecológicas en áreas urbanas y metropolitanas de regiones brasileñas. 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Publicado em 31 de julho de 2025

Resumo

Resumo: A sessão busca apresentar, dar visibilidade e discutir pesquisas em andamento que visam identificar, conhecer e reforçar iniciativas de produção de alimentos em pequena escala, de forma coletiva e em bases agroecológicas em áreas urbanas e metropolitanas em regiões brasileiras. Parte-se do pressuposto de que tais pesquisas e seus respectivos processos são poderosas ferramentas de aprendizado coletivo, capazes de desencadear sentimentos de identidade comum, resgate de saberes pouco valorizados, gerando processos de empoderamento e relações de pertencimento de agricultoras/es com seus territórios. Constituem também instrumentos de mobilização política, de discussão de alternativas de produção, comercialização e consumo de alimentos de qualidade, de compreensão do lugar da agricultura urbana na produção e apropriação do espaço urbano, na luta pelo acesso à terra e à água, na percepção de múltiplas desigualdades socioespaciais. 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They also constitute instruments of political mobilization, of discussing alternatives for the production, commercialization and consumption of quality food, of understanding the place of urban agriculture in the production and appropriation of urban space, in the struggle for access to land and water, in the perception of multiple socio-spatial inequalities. Metropolitan Agriculture Yearbooks (UFMG and UFRJ), Urban Agriculture and Health research (FIOCRUZ) and UFRN/MDA research are included. Resumen: La sesión busca presentar, visibilizar y discutir investigaciones en curso cuyo objetivo es identificar, comprender y reforzar iniciativas de producción de alimentos a pequeña escala, colectiva y sobre bases agroecológicas en áreas urbanas y metropolitanas de regiones brasileñas. Se parte del supuesto de que dichas investigaciones y sus respectivos procesos son poderosas herramientas de aprendizaje colectivo, capaces de desencadenar sentimientos de identidad común, rescatar conocimientos infravalorados, generar procesos de empoderamiento y relaciones de pertenencia entre los agricultores y sus territorios. También constituyen instrumentos de movilización política, de discutir alternativas para la producción, comercialización y consumo de alimentos de calidad, de comprender el lugar de la agricultura urbana en la producción y apropiación del espacio urbano, en la lucha por el acceso a la tierra y al agua, en la percepción de múltiples desigualdades socioespaciales. Se incluyen los Anuarios de Agricultura Metropolitana (UFMG y UFRJ), Investigaciones en Agricultura Urbana y Salud (FIOCRUZ) e investigaciones de la UFRN/MDA. 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Estudos em Agricultura Urbana da UFMG, com dois volumes já editados em 2022 e 2024 e um terceiro volume em andamento fruto de projeto conjunto com o Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES) da UFRJ que realiza seu primeiro Anuário; temos também resultados de um projeto em andamento fruto de parceria entre a UFRN e o MDA, assim como resultados da pesquisa "Agricultura Urbana Agroecológica, Direito à Cidade e Promoção da Saúde: intercâmbios para o fortalecimento de práticas e redes" realizada pela FIOCRUZ em parceria com o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana (CNAU). Privilegiamos as experiências desenvolvidas por sujeitos coletivos diversos, como movimentos sociais, associações e redes de produtores ou consumidores, que apontam caminhos para a dissolução de polarizações como campo-cidade e cultura-natureza na formação de sistemas agroalimentares intra e interurbanos. Na perspectiva agroecológica, apontamos para um sistema de reprodução da vida em que as necessidades são percebidas e resolvidas de forma integrada. Alimentação saudável sem agrotóxicos e outros químicos, moradia e infraestrutura urbana adequadas, acesso à terra e à água, educação emancipadora, trabalho digno, entre outras, são necessidades que se complementam e se articulam com conceitos oriundos de outros campos disciplinares em diálogo com a agroecologia e as políticas urbanas. Assim, buscamos incorporar o campo da saúde coletiva, a partir da determinação social da saúde, aos conceitos e propostas como direito à cidade, direito à natureza e direito à alimentação adequada. A proposta busca, nas pesquisas centradas na agricultura urbana agroecológica, uma aproximação entre campos disciplinares distintos, que na atualidade convergem para a construção de um arcabouço teórico-conceitual compartilhado envolvendo o planejamento urbano, o debate ambiental, a economia solidária, a segurança alimentar e nutricional, a saúde coletiva, as tecnologias sociais, entre outros. Ressalta-se ainda a forte interface da agroecologia com os debates feministas, na medida em que as mulheres assumem um protagonismo particular na militância agroecológica, reforçando seu papel na produção de comida de verdade e na construção social de mercados em territórios urbanos, ao mesmo tempo em que lutam contra a opressão e violência sobre seus corpos e contra a injusta divisão sexual do trabalho, que separa e hierarquiza o tempo de trabalho produtivo sobre o trabalho de reprodução. Embora seja uma atividade tradicional nas cidades, praticada tanto em áreas privadas como públicas ou coletivas, a agricultura urbana se constitui numa prática invisibilizada nas cidades, ora tida como resquício de trajetórias rurais de migrantes, ora como experiência privada de complementação alimentar em hortas e quintais. Tal invisibilidade está também associada ao processo de valorização da terra e de luta pelo espaço, dominada pelos capitais fundiários e imobiliários no qual não há lugar para a produção de alimentos ou atividades ainda pouco capturadas pela lógica mercantil como a satisfação e a necessidade de cultivar frutas e legumes, flores, plantas medicinais, etc. Além disso, a produção de alimentos de forma mais ampla é crescentemente controlada por um sistema agroalimentar associado ao agronegócio e à reprodução de capitais em esfera global e financeirizada, ao qual se contrapõe a perspectiva da agroecologia. Esta perspectiva busca associar a pequena produção – camponesa, familiar, popular, de povos e comunidades tradicionais - ao universo das práticas e saberes de agricultoras/es enraizados em seus territórios, produzindo alimentos de qualidade, com importantes implicações sobre a saúde e segurança/soberania alimentar da população. Este campo disciplinar, até recentemente associado aos territórios rurais, tradicionais e camponeses, bastante politizado e estruturado em escala nacional e internacional, vem cada vez mais sendo discutido em sua vertente urbana. Neste debate temos a intenção de contribuir para a consolidação de uma agroecologia urbana (e metropolitana), associando-a a várias experiências de movimentos sociais e redes de promoção de sistemas alimentares justos e saudáveis, e circuitos curtos de comercialização que buscam aproximar produtoras/es e consumidoras/es a partir de conceitos como economia solidária, comércio justo, entre outras possibilidades de redes urbanas/metropolitanas/rurais. Os movimentos sociais cumprem função estratégica nesse processo ao cumprirem sua função de mediadores, traduzindo as lutas particulares dos agricultores familiares num discurso comum capaz de unificar as ações dos coletivos locais numa luta política mais abrangente, sem enfraquecer a solidariedade de base. Temos procurado avançar na discussão desse campo disciplinar no contexto dos debates da ANPUR, desde os Encontros Nacionais de Blumenau (2022) e Natal (2023). Na presente proposta exploramos um conjunto de resultados e seu potencial de produção do conhecimento dentro e fora da universidade em articulação com os movimentos sociais. Cabe ressaltar ainda a oportunidade de contribuir para o debate sobre a reestruturação das políticas nacionais de agricultura urbana, de segurança alimentar e nutricional, de saúde, em articulação com políticas habitacionais, urbanas e ambientais de forma mais ampla.

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