ENTRE AS CORRERIAS E O FAZER UM MONTE DE NADA: DINÂMICAS DE VIDA E OS ATRAVESSAMENTOS DA VIOLÊNCIA NO USUFRUTO DO LAZER DE MULHERES NEGRAS
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De modo sucinto, se propõe analisar os modos como as relações de gênero se estabelecem na dinâmica de sujeitos que residem em regiões de altos índices de violência contra mulheres. Cidade localizada na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o município de Novo Hamburgo constitui a região do Vale dos Sinos. Com índices significativos em tentativas de feminicídio do estado, é uma cidade que, ao mesmo passo que enaltece a colonização alemã, invisibiliza trajetória da comunidade negra que já existia antes da chegada dos colonizadores. O lazer é integrante de um tecido histórico-social, complexo, das realidades e, nesse sentido, representa culturalmente um dos fios dessa trama na rede humana de significados, símbolos e significações. Desse modo, lazer pode ser entendido como uma necessidade humana e dimensão da cultura. 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A produção dos dados foi realizada na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), do município de Novo Hamburgo, localizado no Rio Grande do Sul, em que, sucintamente, anotamos e pontuamos os endereços das ocorrências de crimes contra mulheres para a produção de mapas de calor, identificando, assim, os pontos críticos de incidência de denúncias de crimes contra mulheres pretas e pardas. Em segundo o eixo de uma abordagem qualitativa em que o estudo utiliza a oralidade, escrevivência e interseccionalidade como ferramentas de produção e análise das conversas com seis interlocutoras, mulheres negras moradoras desse território. Realizamos uma conversa, acompanhada de um bolo, nas casas dessas mulheres e em um momento em que elas podiam me receber para conversarmos, algo que está imerso em ancestralidade, pois sempre tive um petisco para comer ao ouvir as histórias mirabolantes do meu avô. 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